quarta-feira, 8 de julho de 2009

Esquilos



Acalmesse, esta não é a passagem para um universo paralelo...

aguardamos mais notícias

terça-feira, 7 de julho de 2009

Novas contribuições



"A organização é um meio de se diferenciar, de se precisar um programa de idéias e de métodos estabelecidos, um tipo de bandeira de reunião para se partir ao combate sabendo-se com quem se pode contar e tendo-se consciência da força que se pode dispor.(...)” (Luigi Fabbri)

Maiores informações:
http://www.anarquismosp.org/

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um momento e nada mais

A rua direita, em um beco estreito que a corta bem no centro, o bar que abriga os junks da cidade histórica de São Francisco. Sempre cheio, até mesmo nas noites chuvosas e frias , e como são constantes estas noites. Em particular, algo de excêntrico define Normam, suas roupas velhas e rasgadas, a face dilacerada por uma chaga que esta marcada em seus olhos, parece ter vivido tão intensamente os últimos três dias, que não lhe resta ânimo nem vitalidade. Parecia não querer ser notado, não se sentia bem, assim como todos também não se sentiam.
-Um copo de cachaça, por favor . Normam pediu ao sujeito gordo atráz do balcão, que aparência grotesca.
-Não seria melhor uma cerveja antes, você não bebeu nada esta noite.
E o que fazia de uma cerveja algo mais apropriado à um bêbado sujo, e que quatro vezes por semana, periódicamente vêm à este beco imundo só para se embriagar.
-Eu não tenho grana para cerveja...
Serviu a velha pinga. Velho filho da puta, pensou Normam suando como um cachorro velho. O állcool petrificou sua alma, já não senti nada mais além de um lápso, um momento fugaz. Depois de três copos, sai resmungando para o banheiro. Mensagens ridículas, quem se importa, prefiro imagens, aquele velho filho da puta podia muito bem liberar algumas revistas e cola-las aqui, mas prefere se matar sozinho, velho porco. Os risos de Normam ecoam até o balcão. Aquele verme maldito.
O dono do bar, Ratão parecia não gostar muito de Normam, mas tinha que se contentar, afinal aquele jovem imundo era práticamente seu único cliente assíduo, junto aos nóias que marcavam seus pontos no velho beco para fumarem crack, a zona da cidade, o ambiente mais frequentado, desde putas à professores, todos já haviam passado pelo velho beco. Hoje em dia quase todo mundo fuma.
Sobraram R$ 5, acho que sera o suficiente. Termina de contar as moedas e sai do banheiro, como quem ali estivesse a fazer necessidades.

Fala-se muito, discute-se por nada. Desconfiados, mania de perseguição. Como uma casa feita por pedras, esses homens , se sentem confortáveis, em casa. Mas é isso que os difere dos demais, que vivem a vida toda na varando do grande universo regido por algo que nunca lhes sera acessível. E no fundo são todos enfermos de um nilismo profundo. Estão dormindo, e não conseguem acordar.

No balcão pede um cigarro. Fora do bar, consulta a velha criança. Um verme com a cara suja e enrugada lhe observa pela fenda na parede, olhos escuros, temos de 5 hoje. Aquele rosta se tornara tão familiar, que não causava nem mesmo pesadelos e não lhe parecia tão velho. O embrullho, desenbolssa as moedas e sai andando.

A ponte que corta o Ribeirão, acolhe aqueles que ali se escondem. O dificil trabalho de retirar o fumo enrolado na palha. Um cartão, a pequena trouxa, despeja o conteúdo que se parece muito com uma pepita de rapadura. Pepita de rapadura, motivo de risos. Quebra a pasta sobre a carteira, até que ela se torne algo parecido com farinha, como cheira forte. Atenção voltada aos passantes nas ruas e na ponte. A palha atrapalha a confecção do capeta, vamos ver, aqui, bem! Agora o fumo, depois eu polvilho com a drita, “ningiuém pode me ver”, não antes. O tombo, e... mas onde estão os fósforos? Hum, pronto, aqui estão. As luzes da cidade se acendem, não conseguiremos dormir esta noite.

Imanência, senssações de um epíleptico dominam o pobre diabo, o gosto doce escorre pela garganta. Loucura e lucidez, insanidade e medo. Quem se interessa por isso, é tudo tão rápido e tão intenso, isso é tudo o que temos, intensidade e fraqueza, prisão e liberdade, neste momento o mundo se resume em sons e fúrias. Normam não consegue caminhar até o beco, para que ali tente mais uma dose do velho mesclado...

Junho de 2009