segunda-feira, 21 de dezembro de 2009





a necessidade de compartilhar idéias, palavras, não necessariamente concretas, o prazer de estar nessa mesa e poder conversar com você, meu amigo, que me corresponde, e que contribue com palavras para as definições necessárias para a máscara que tenho e que lhe apresento neste momento de total desinteresse... consciência e ilusão são resultados da necessidade que sinto em poder falar, me comunicar neste instante.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

um pouco da inspiração "mafaldiana", se é que me permitem o termo...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pequena lembrança de minha história

Cada vez mais se afasta de mim, e já sinto que a possibilidade de não me reconhecer mais é quase inevitável.

Lembro-me muito vagamente de um certo desenho pichado em um velho muro no Nova Limeira, bairro que costumava freqüentar quando criança, onde meu tio me levava à casa de sua irmã para brincarmos, e também porque parecia não suportar minha tia, sua mulher, por muito tempo. mulher esquizofrênica com seus valores a flor da pele,aquela quando encucava com algo -ai...- ninguém conseguia lhe tirar da cabeça, fosse o que fosse. Como da vez em que fomos eu, a Lela e o tio à casa de tia Lúcia queimar uma carne, como dizia o tio, e quando chegou a tia Lena quebrando tudo e exigindo que fossemos embora, eu e a Lela. Minha irmã sempre fora muito compreensiva, já eu sempre a seguir pelo fluxo das reações, as vezes chorava outras sorria. Lembro que naquele dia tia Lena vermelha como carvão em brasa, e foi até sugerido que a jogassem na churrasqueira -maldade do tio Luis, sujeito estranho, aparentemente paciente, dizia se entender de muitas coisas, mas acho que só dizia, disso não consigo me lembrar.



Aquela imagem ainda habita em minha memória lembranças de um tempo que por um momento pensávamos eu e minha irmã que nunca iria ter fim... foi para mim a cozinha de um lugar inabitável, satisfação e sofrimento, você não sabe como é ter que compreender certas coisas quando ainda não são tempo de se quer ao menos pensar nas mesmas. O homem sentado com um cachorro sobre a batente de uma porta nunca se pareceu com um palhaço para mim, como diziam os adultos. Sempre tive medo de palhaços e aquele homem não me dava medo. Medo e graça são coisas que somente podemos experimentar de dentro de nós mesmos, não são registros claros em qualquer fotografia, sons ou lembranças, palavras, e isso, já me era compreensível.
Aquele desenho e o medo que não me passava me lembravam outro tempo, poucos anos antes, quando à tarde me deitava na cama e pedia para que deixassem sempre a porta do quarto sempre aberta, ela não sabia, mas eu tinha medo de um palhaço que havia gravado em uma figura, dessas que vem nas gomas de mascar, e estava colada atrás da porta -aquele sorriso borrado e seus olhos em cruz, o pó branco em sua face me lembravam de alguma forma a morte. E eu também tinha medo da morte, assim como não compreendia o sono. Para mim as pessoas morriam enquanto dormiam e depois reviviam quando acordavam. Porém, meus sonhos logo me revelaram o sentido daquela sensação, e isso é algo que preciso manter vivo dentro de minhas lembranças, que na verdade as pessoas vivem enquanto dormem e posso dizer que dormem enquanto vivem...
Mais tarde consegui descobrir a origem do medo que tinha de palhaços. É que os palhaços usam máscaras, e eu tinha medo de máscaras...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



e o planeta disse aos ecologistas de plantão... -deixem-me morrer em paz?