segunda-feira, 21 de dezembro de 2009





a necessidade de compartilhar idéias, palavras, não necessariamente concretas, o prazer de estar nessa mesa e poder conversar com você, meu amigo, que me corresponde, e que contribue com palavras para as definições necessárias para a máscara que tenho e que lhe apresento neste momento de total desinteresse... consciência e ilusão são resultados da necessidade que sinto em poder falar, me comunicar neste instante.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

um pouco da inspiração "mafaldiana", se é que me permitem o termo...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pequena lembrança de minha história

Cada vez mais se afasta de mim, e já sinto que a possibilidade de não me reconhecer mais é quase inevitável.

Lembro-me muito vagamente de um certo desenho pichado em um velho muro no Nova Limeira, bairro que costumava freqüentar quando criança, onde meu tio me levava à casa de sua irmã para brincarmos, e também porque parecia não suportar minha tia, sua mulher, por muito tempo. mulher esquizofrênica com seus valores a flor da pele,aquela quando encucava com algo -ai...- ninguém conseguia lhe tirar da cabeça, fosse o que fosse. Como da vez em que fomos eu, a Lela e o tio à casa de tia Lúcia queimar uma carne, como dizia o tio, e quando chegou a tia Lena quebrando tudo e exigindo que fossemos embora, eu e a Lela. Minha irmã sempre fora muito compreensiva, já eu sempre a seguir pelo fluxo das reações, as vezes chorava outras sorria. Lembro que naquele dia tia Lena vermelha como carvão em brasa, e foi até sugerido que a jogassem na churrasqueira -maldade do tio Luis, sujeito estranho, aparentemente paciente, dizia se entender de muitas coisas, mas acho que só dizia, disso não consigo me lembrar.



Aquela imagem ainda habita em minha memória lembranças de um tempo que por um momento pensávamos eu e minha irmã que nunca iria ter fim... foi para mim a cozinha de um lugar inabitável, satisfação e sofrimento, você não sabe como é ter que compreender certas coisas quando ainda não são tempo de se quer ao menos pensar nas mesmas. O homem sentado com um cachorro sobre a batente de uma porta nunca se pareceu com um palhaço para mim, como diziam os adultos. Sempre tive medo de palhaços e aquele homem não me dava medo. Medo e graça são coisas que somente podemos experimentar de dentro de nós mesmos, não são registros claros em qualquer fotografia, sons ou lembranças, palavras, e isso, já me era compreensível.
Aquele desenho e o medo que não me passava me lembravam outro tempo, poucos anos antes, quando à tarde me deitava na cama e pedia para que deixassem sempre a porta do quarto sempre aberta, ela não sabia, mas eu tinha medo de um palhaço que havia gravado em uma figura, dessas que vem nas gomas de mascar, e estava colada atrás da porta -aquele sorriso borrado e seus olhos em cruz, o pó branco em sua face me lembravam de alguma forma a morte. E eu também tinha medo da morte, assim como não compreendia o sono. Para mim as pessoas morriam enquanto dormiam e depois reviviam quando acordavam. Porém, meus sonhos logo me revelaram o sentido daquela sensação, e isso é algo que preciso manter vivo dentro de minhas lembranças, que na verdade as pessoas vivem enquanto dormem e posso dizer que dormem enquanto vivem...
Mais tarde consegui descobrir a origem do medo que tinha de palhaços. É que os palhaços usam máscaras, e eu tinha medo de máscaras...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



e o planeta disse aos ecologistas de plantão... -deixem-me morrer em paz?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tudo parece tão necessário e útil, mas apenas não só parece como não é.

Vejo pesquisas, idéias, esforços acadêmicos organizados em grande parte por uma burocrácia boba que distribui os cargos e os méritos em seu contexto mais amplo, e quando não são distrinuidas pelos encargos o que vê-se é o mesmo, sempre o mesmo, fora do contexto estão aqueles que tentão se inserir. E onde estão os autodidatas, os homens que vivem esse mundo sem precisar cadastras suas idéias e pesquisas organizadas por manuais de redação e suas normas de publicação, estas que eu considero parte da lesgislação acadêmica, a outra parte fica a encargo dos professores. E onde estão os homens que vivem fora dos muros da burocrácia, isso mesmo, eles não estão aqui presentes. E surpreendente é a ausência que causa a aparência da presença desses Robots, máquinas humanas que não tem essência mas são essencialistas sem saber que o são.

Estamos presentes e exigimos direito, estamos ausentes e exigimos respeito.

Estão quase sempre ocupados, preocupados com algumas questão trivial ao conhecimento humano que os afasta da vida em comunidade e os lanção em um abismo profundo e inominável chamado "egocentrismo", que atrapalha suas cabeças e os impossibilita de distinguir o que é o público do que é privado e o que é o direito do que é o dever, e por ai vai uma gama de oporrtunidades que nos possam iludir por um momento se quer, eu não me excluo disso tudo, estamos todos juntos, mesmo em posições distintas. E se tudo isso não se passa de uma questão relacionada a indefinição das identidaes e de seu carater líquido e maleável, então o que é isso que pensa e consegue molda-la, escolher uma máscara social mais agradável aos nossos fetiches, gostos e afins. A razão ou o medo?

Mas a questão é que os Robots também podem decidir-se.
Crítica social:
"Tenho todo o direito de andar de saia curta e exijo respeito (o que também é um direito). Gosto muito de mostrar minha beleza assim como toda mulher, mas não, no momento não penso em pousar pra nenhuma revista ( o que também é um direito)".

E o dever, e o respeito,... afnal meu corpo é uma força pública com direitos privados.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Grama Sintética

Esses assuntos me constrangem. São cenas chocantes, escusas, para mim translúcidas e berrantes. Na televisão se nota diariamente. Comuns e imutáveis no condicionamento da percepção deles. Sinto-me convivendo tocando os meus, outros ombros de manequins de carne, ou então imerso num ambiente de ar denso, encarcerado de pessoas voluntariamente reduzidas a projetos de pesquisa, teses que se avolumam em gavetas de bibliotecas antigas e discursos desejosos de construir e repetir aquele mesquinho estilo de vida, cuja falência, somos cúmplices. O eu mostra suas virtudes em áreas reservadas e nos fins da semana com o auxílios externos. Uma geladeira, um carro, um apartamento na capital...São frágeis almas desgarradas que se apegaram aos ditames confortáveis da academia. Saíram de casa para se enforcaram com o cordão umbilical.
Querem pertencer a um grupo, a uma sociedade distinta que sintetiza a realidade imensurável no confinamento reprodutivo das salas de aula. Muitas vezes estudantes brilhantes, engomados, e apenas isso, nada mais. Em outras espectadores amestrados, acostumados, covardes a ponto da reclusão livresca. Devoradores de informações mascadas. No mundo se movimentam assumindo formas espectrais, corpos tratados aos moldes da pragmática espera dos desejos planejados...e prometidos. É comum encontrar entre eles uma certa escala de horários, ou algo típico de um mundo vigiado em que as atividades se organizam em datas apropriadas, em minutos convenientes. Não ostentam qualquer autodisciplina, necessitam das mãos pesadas da coerção terceirizada. Não concebem a idéia de fazer por merecer, de ler por ler, de se escolar para atender vontades pessoais, paixões particulares, e não cumprindo metas atreladas às vaidades cheias de pompa de instituições engessadas. O método permite a eclosão das maiores originalidades, das mais hedonísticas liberdades, porém de forma simultânea insiste em preservar ações formais e burocráticas que se apropriaram do conhecimento tido amostra de microcosmos da humanidade. Humanos sendo estudados por máquinas.
É cronometrado em períodos: os mais velhos acreditam deter toda a massa do conhecimento mundano, apesar de retirado de palavras lidas; os mais novos, juvenis e amedrontados, estruturas semelhantes, porém crentes de ainda estarem em crescimento, pintam os corredores como uma escola primária em maiores proporções. Olham acima dos ombros desconfiados dos acenos levantados por qualquer figura “estranha” que lhes cruza o caminho. Inclinam a cabeça, reconhecem migalhas e decoram todas as rotas, mas não lembram de um rosto sequer. Há conservação posturas apáticas e ocupadas pela simples pretensão de se sentirem assim. São limpos, sadios, nunca se sujam, sempre se encantam. Descem as escadas do ônibus com pés delicados que tornam menos provável qualquer ato falho, um deslize fora das normas, um tombo no fosso do palco; percorrem enfileirados o caminho traçado no concreto, enchem de água as garrafas de plástico, entram em sala, mudos vão embora, míopes olham pela janela especulando acerca da temperatura, se vão ou não correr o risco de um resfriado quando expostos às adversidades naturais; sinalizam para o motorista sem antes deliciar as belezas de um lanche integral empapado de acelga.

-Como eles são lindos ?! Onde compraram esse perfume ? E esse tênis...
-Nossa, fechei a prova de $"?!%#$...
-Sério ? Por que não tenta uma bolsa ?
- Não sei, vou esperar. Tenho que estudar mais, aguardar uma chance melhor. Preparar para me tornar um (a)mestrando...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Jogos, realidade e definição.

Nada é por acaso na linguagem, e cada dia mais tenho percebido o quanto isso faz sentido e de quie fazer parte dessa grande rede que é a comunicação humana é tão empolgante, quando contribuo com aquele que me sustente enquanto enunciador. Ainda quando acordo com o som da TV pela madrugada deitado no sofá da sala, é quando percebo que os sinais sonoros "os sons" do video clip que passa no aparelho vão adentrando pelos meus ouvidos e chegam até o meu subconsciente fazendo com que eu me confunda entre, se o que ousso é um sonho ou esta para além do sonho, eu acordo e percebo que enquanto dormia a música participava de meus sonhos ajudando a complementar o cenário de meus desejos, daquilo que esta à minha frente mas não consigo agarrar com clareza, não me é estranho que sonhe sempre com coisas aparentemente insgnificantes, um sapo que vejo, uma música que ousso, e as demais experiências sinestésicas que tenho durante todo o dia e não consigo captá-las, as vezes sinto medo mas nem sempre. Acordar, é perceber como estou preso, cercado de línguagem, a todo momento sendo bombardeado de informações, a lingua serve para nos comunicarmos, jogarmos com ela, agora me de licença que eu tenho uma partida com a minha mulher.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Considerações sobre conteúdo aqui disposto.

Tendo em vista as incursões que tenho feito em certas áreas de estudo relacionados a linguagem e nas reuniões do GEAD (Grupo de Análise do Discurso)da UFOP, pensei em uma maneira de compartilhar os estudos que tem sido feitos com interessados nas áreas que se relacionam com a linguagem deixando disponível textos e artigos produzidos por alunos e demais interessados.
O grande crescimento das mídias de divulgação tem se desenvolvido de maneira intensa em todo o mundo, fato proporcionado devido ao desenvolvimento tecnológico de nossa era, fato que me levou a utilizar como suporte este blog, devido ao privilégio do fácil acesso. Não querendo estender mais a ladainha dou abertura, ou melhor seria uma reabertura as postagens com um resumo sobre os objetivos e domínios da pragmática.
OBS: As postagens estão abertas aos alunos que estiverem dispostos a contribuir.

UNIVERSIADE FEDERAL DE OURO PRETO – ICHS – DELET
PRAGMÁTICA – LET 522
Profº William A. Menezes
Marcos Vieira de Queiroz

RESUMO: O objetivo e o domínio da pragmática. PARRET, H. Enunciação e Pragmática; Campinas: Unicamp 1989.

O termo pragmática abrange disciplinas, orientações e disciplinas diferenciadas além de seus correlatos sintaxe e semântica. Essas outras disciplinas parecem tão distintas que seu sentidos chega a parecer vazio e o próprio termo inútil. É com o intuito de delimitar o campo de atuação da pragmática que PARRET distingue quais são suas orientações representativas, enumerando em seguida caracteres comuns de uma atitude pragmática dentro da linguagem e dos sistemas de signos, provando assim a utilidade do termo e seu caráter operacional, e por final, faz um esboço diacrônico do termo com suas interpretações minimalistas e maximalistas.
PARRET distingue cinco tipos de contextos com correspondência na pragmática, pois o modo mais fácil de se classificar tipos de pragmática é olhar os tipos de contextos que são considerados relevantes para uma descrição e explicação ao discurso e de outras seqüências semióticas.

Pragmática do texto (o co-texto como contexto)
O co-texto funciona como contexto de decodificação, pois vai além das relações anafóricas entre sentenças e além das relações de co-referência entre proposições. O co-texto reconstrói a coerência e coesão dos textos como um “macrossistema gramatical” que habilita o interprete, o receptor e o leitor para descobrir a significância dessas macrounidades. Faz relação aos demais contextos possíveis com referenciações que estão inseridas na própria sentença.

Pragmática lógica (contexto existencial)
Deslocando-se da semântica para a pragmática de forma que quem fala e quem compreende (o ‘receptor”) e sua localização espaço temporal sejam consideradas como sendo índices do contexto existencial. Esses índices (Benveniste, 1966) ou categorias dêiticas (pessoa, tempo, espaço), na descrição dos sentidos nas expressões lingüísticas o que leva a uma pragmática indicial. A pragmática indicial segundo PARRET, é tão somente um primeiro tipo de pragmática que leva em consideração a relevância da relação com o contexto existencial. Um outro tipo propõe a proliferação dos “mundos possíveis”, ou seja, não só o mundo real mas todos os mundos possíveis podem ser tomados como contextos existenciais de seqüências lingüísticas.
Há o questionamento sobre autonomia e independência, atribuídos pelos lógicos modais aos contextos existenciais, reais ou possíveis, com relação ao discurso. O questionamento é fundamentado nas intermediações psicológicas sem referentes com os mundos possíveis.

Pragmática orientada sociologicamente (pragmática situacional)
As situações enquanto contextos são uma classe ampla de determinantes sociais ou sociológicas. Pode consistir no cenário social das instituições (tribunal, hospital, sala de aula) ou nos ambientes do dia-a-dia (restaurantes, lojas) com suas regras de conversão especifica e suas rotinas intelectuais próprias. Contextos onde as instituições e hierarquias sociais determinam o conteúdo de determinadas seqüências lingüísticas. Essas determinantes dão forma principalmente as propriedades convencionais de unidades textuais amplas, e as estruturas argumentativas e persuasivas do discurso.

Teoria dos atos de fala (contexto acional)
Um dos pontos centrais da perspectiva pragmática que a teoria dos atos de fala corporifica é que a ação lingüística é uma ação intencional. O falante tem intenções especificas e pretende, além do mais, que sejam reconhecidas. “A transmissão de intenções particulares fica portanto subordinada a uma intenção geral de comunicação”. Se, por um lado, os atos de fala são ações intencionais, sujeitos a condições de comunicabilidade, por outro lado eles excedem o paradigma acional. Esse excedente esta relacionado com a interação lingüística, que complementa a teoria acional dos atos de fala.

Pragmática orientada psicologicamente (contexto psicológico)
As intenções, as crenças e desejos são encarados como estado mentais que são responsáveis por programas de ação ou interação. O motivo pelo qual essas categorias – mentais e psicológicas – foram incorporadas na teoria pragmática da língua, se deve ao fato das considerações do discurso como ação, e os atos de fala condicionados intencionalmente, daí a busca pelas intenções no contexto psicológico.
O contexto psicológico, tal como é relevante para a pragmática, não é a “vida da mente” em sua totalidade – usando uma metáfora perigosa, diz PARRET – mas somente aquela parte da atividade mental que se realiza em procedimentos de produção e compreensão de processos lingüísticos determinados gramaticalmente.

Dessa forma, os tipos que assim se distinguem constantemente se confundem, e sua taxionomia é inclusive incompleta. Mas ainda assim, como noção genérica, o termo pragmática pode ser empregado adequadamente, porque indica uma perspectiva especifica e uma atividade reconhecível com respeito a língua e a outros sistemas de signos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O RELATIVO E EU



...as pessoas tem tempo de sobra para fazerem aquilo que querem a todo o momento, e eu meus caros não sou diferente das demais pessoas, pois nem sempre faço tudo aquilo que deve ser feito, mas gosto de saber muito bem o tempo que leva para se fazer aquilo que estou fazendo no momento em que estou fazendo, de estar aqui e agora...

Há um espaço que preenche o passado mas será que há um espaço que preencha o futuro, não sera este espaço o limite de percepção entre o observador e o objeto, e se assim for, onde estamos quando sonhamos?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

uma relação estreitamente dêitica



...esse rapaz aqui hó, tem cara de delinquente! brincadeira...

fáticidade e intenções que permeião o universo da linguagem, ha, boa noite meus caros hoje a informalidade esta presente ao som de B.B. King, caralho em mano, lendo a folha sentado no privado em porões de prédios históricos como estes aqui em Mariana, noticía da semana é de recém cristão que arrependido devolve a corôa de Luiz XVI, assim meus velhos, sem dar sinal de vida, ainda pediu desculpas...
Mariana cidade histórica, me levem daqui os discos voadores que nos cercam e que ninguém encherga, e enquanto isso o Roque continua a atualizar a politica de coronelismo por aqui, e eu vou indo pressa aula de pragmática, onde nada é por acaso na linguagem, nem mesmo "essas poucas palavras que sei lá eu se chegaram ai"...
há de chegar meus caros... há de passar...

EU VO INDO NESSA, FALÔ!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ribeirão do Carmo

Líquido claro e frio que nasce a montante e morre a jusante...
Oh sangue da terra que hoje já não é mais um rio...
Foge no embalo da gravidade, pesado de esgotos e outras porcarias....
O que fizeste no passado para hoje merecer tamanho castigo???
Oh rio de cidade históricas, heróico é a sua insistência de manter-se vivo em meio tamanho desprezo...
Você que antes carregava a vida e que agora espalha a morte é sinônimo de cólera, hepatite, amebíase e leptospirose...
Ninguém mais em teu corpo pode adentrar, a sua água já não dá mais prazer e nem mata a sede de um homem que ainda depende dessa fonte para viver...
O que te resta são canos de PVC, soltando ás mesmíssimas fétidas em seu longo caldário...
Por isso foge...
Foge! Oh rio... que não é mais de ouro...
Foge! Oh rio... de dejeto humano...



.... Aos poetas mortos que já não são lembrados.

Tio ED.

"Contribuição de um louco que correu toda a nascente que um dia invocou aos deuses, e hoje nos lembra um fundo sujo e morto, um limbo infernal..."

sábado, 15 de agosto de 2009

O ápice do turbilhão interno indecifrável vivido por aquela partícula humana, um único ser de proporções imensuráveis, um único individuo que seja, foi disparar aquele instrumento num súbito alerta diante da silhueta entre os arbustos. Mente e corpo em harmonia sinfônica. Adestrado por amarras cognitivas para se embrenhar no lamacento mundo do caos. O contraste explodindo em ações reais. Nada o prepararia para aquele instante degustando o mais puro fluido capaz de transportar sua essência rumo a um sentimentalismo primitivo. Penso e não consigo. Ajo por intuição e não me frustro. Talvez por não ter idealizado aquele momento. O cheiro, a pólvora, a grama seca. O acaso elimina todas as possíveis frustrações.
Direto no cerne e tombado ao chão aprecia o antagonismo do condicionamento físico e comportamento libertino. Deitado sob o sol incandescente corpos inchados espargidos no mato incomodam. Partiram subitamente e, como balões, incham com a falta de respostas deixadas em terra. Questões, dúvidas, aflições de um universo particular simplesmente deixam de existir. É preciso mais aço para desfazer aquela cena disforme. O grotesco é lindo quando se pertence a ele. Estou a caminho.
O chão levita em partículas baleadas pela luz. Luz que traspassa e liberta. A poeira se transforma em algo tão confortável que a resposta paira no ar. A chave é segunda de concentração. Disciplina. Sim, disciplina para se alcançar o eterno.
O tempo realmente se dilata quanto mais próximo da luz. O instante se afirma dentro de um instante temporal diminuto. Vida procurar explorar essa atmosfera retratando-a com frases nítidas, embora a racionalidade inerente ser mero recurso repressivo. Nada mais é passível de racionalidade.
Planofurado

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Esquilos



Acalmesse, esta não é a passagem para um universo paralelo...

aguardamos mais notícias

terça-feira, 7 de julho de 2009

Novas contribuições



"A organização é um meio de se diferenciar, de se precisar um programa de idéias e de métodos estabelecidos, um tipo de bandeira de reunião para se partir ao combate sabendo-se com quem se pode contar e tendo-se consciência da força que se pode dispor.(...)” (Luigi Fabbri)

Maiores informações:
http://www.anarquismosp.org/

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um momento e nada mais

A rua direita, em um beco estreito que a corta bem no centro, o bar que abriga os junks da cidade histórica de São Francisco. Sempre cheio, até mesmo nas noites chuvosas e frias , e como são constantes estas noites. Em particular, algo de excêntrico define Normam, suas roupas velhas e rasgadas, a face dilacerada por uma chaga que esta marcada em seus olhos, parece ter vivido tão intensamente os últimos três dias, que não lhe resta ânimo nem vitalidade. Parecia não querer ser notado, não se sentia bem, assim como todos também não se sentiam.
-Um copo de cachaça, por favor . Normam pediu ao sujeito gordo atráz do balcão, que aparência grotesca.
-Não seria melhor uma cerveja antes, você não bebeu nada esta noite.
E o que fazia de uma cerveja algo mais apropriado à um bêbado sujo, e que quatro vezes por semana, periódicamente vêm à este beco imundo só para se embriagar.
-Eu não tenho grana para cerveja...
Serviu a velha pinga. Velho filho da puta, pensou Normam suando como um cachorro velho. O állcool petrificou sua alma, já não senti nada mais além de um lápso, um momento fugaz. Depois de três copos, sai resmungando para o banheiro. Mensagens ridículas, quem se importa, prefiro imagens, aquele velho filho da puta podia muito bem liberar algumas revistas e cola-las aqui, mas prefere se matar sozinho, velho porco. Os risos de Normam ecoam até o balcão. Aquele verme maldito.
O dono do bar, Ratão parecia não gostar muito de Normam, mas tinha que se contentar, afinal aquele jovem imundo era práticamente seu único cliente assíduo, junto aos nóias que marcavam seus pontos no velho beco para fumarem crack, a zona da cidade, o ambiente mais frequentado, desde putas à professores, todos já haviam passado pelo velho beco. Hoje em dia quase todo mundo fuma.
Sobraram R$ 5, acho que sera o suficiente. Termina de contar as moedas e sai do banheiro, como quem ali estivesse a fazer necessidades.

Fala-se muito, discute-se por nada. Desconfiados, mania de perseguição. Como uma casa feita por pedras, esses homens , se sentem confortáveis, em casa. Mas é isso que os difere dos demais, que vivem a vida toda na varando do grande universo regido por algo que nunca lhes sera acessível. E no fundo são todos enfermos de um nilismo profundo. Estão dormindo, e não conseguem acordar.

No balcão pede um cigarro. Fora do bar, consulta a velha criança. Um verme com a cara suja e enrugada lhe observa pela fenda na parede, olhos escuros, temos de 5 hoje. Aquele rosta se tornara tão familiar, que não causava nem mesmo pesadelos e não lhe parecia tão velho. O embrullho, desenbolssa as moedas e sai andando.

A ponte que corta o Ribeirão, acolhe aqueles que ali se escondem. O dificil trabalho de retirar o fumo enrolado na palha. Um cartão, a pequena trouxa, despeja o conteúdo que se parece muito com uma pepita de rapadura. Pepita de rapadura, motivo de risos. Quebra a pasta sobre a carteira, até que ela se torne algo parecido com farinha, como cheira forte. Atenção voltada aos passantes nas ruas e na ponte. A palha atrapalha a confecção do capeta, vamos ver, aqui, bem! Agora o fumo, depois eu polvilho com a drita, “ningiuém pode me ver”, não antes. O tombo, e... mas onde estão os fósforos? Hum, pronto, aqui estão. As luzes da cidade se acendem, não conseguiremos dormir esta noite.

Imanência, senssações de um epíleptico dominam o pobre diabo, o gosto doce escorre pela garganta. Loucura e lucidez, insanidade e medo. Quem se interessa por isso, é tudo tão rápido e tão intenso, isso é tudo o que temos, intensidade e fraqueza, prisão e liberdade, neste momento o mundo se resume em sons e fúrias. Normam não consegue caminhar até o beco, para que ali tente mais uma dose do velho mesclado...

Junho de 2009

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CRÔNICAS POCILGANAS

Desistimos hoje de pegarmos no pé sujo daqueles que não lavam nem as suas próprias bocas, desistimos porque não coube a nós, pobres mortais concertar os defeitos desses caretas frustrados, mais desistimos apenas de mudar-lhes os habitos, freiras imundas, não bebem e não metem, não sabem do que falamos, nem sabem quem somos.



PORCUS TAMEM HUMANOS

PORCUS E SEUS ESPIRITOS

PORCUS E NADA MAIS (!)...