quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ribeirão do Carmo

Líquido claro e frio que nasce a montante e morre a jusante...
Oh sangue da terra que hoje já não é mais um rio...
Foge no embalo da gravidade, pesado de esgotos e outras porcarias....
O que fizeste no passado para hoje merecer tamanho castigo???
Oh rio de cidade históricas, heróico é a sua insistência de manter-se vivo em meio tamanho desprezo...
Você que antes carregava a vida e que agora espalha a morte é sinônimo de cólera, hepatite, amebíase e leptospirose...
Ninguém mais em teu corpo pode adentrar, a sua água já não dá mais prazer e nem mata a sede de um homem que ainda depende dessa fonte para viver...
O que te resta são canos de PVC, soltando ás mesmíssimas fétidas em seu longo caldário...
Por isso foge...
Foge! Oh rio... que não é mais de ouro...
Foge! Oh rio... de dejeto humano...



.... Aos poetas mortos que já não são lembrados.

Tio ED.

"Contribuição de um louco que correu toda a nascente que um dia invocou aos deuses, e hoje nos lembra um fundo sujo e morto, um limbo infernal..."