sábado, 15 de agosto de 2009

O ápice do turbilhão interno indecifrável vivido por aquela partícula humana, um único ser de proporções imensuráveis, um único individuo que seja, foi disparar aquele instrumento num súbito alerta diante da silhueta entre os arbustos. Mente e corpo em harmonia sinfônica. Adestrado por amarras cognitivas para se embrenhar no lamacento mundo do caos. O contraste explodindo em ações reais. Nada o prepararia para aquele instante degustando o mais puro fluido capaz de transportar sua essência rumo a um sentimentalismo primitivo. Penso e não consigo. Ajo por intuição e não me frustro. Talvez por não ter idealizado aquele momento. O cheiro, a pólvora, a grama seca. O acaso elimina todas as possíveis frustrações.
Direto no cerne e tombado ao chão aprecia o antagonismo do condicionamento físico e comportamento libertino. Deitado sob o sol incandescente corpos inchados espargidos no mato incomodam. Partiram subitamente e, como balões, incham com a falta de respostas deixadas em terra. Questões, dúvidas, aflições de um universo particular simplesmente deixam de existir. É preciso mais aço para desfazer aquela cena disforme. O grotesco é lindo quando se pertence a ele. Estou a caminho.
O chão levita em partículas baleadas pela luz. Luz que traspassa e liberta. A poeira se transforma em algo tão confortável que a resposta paira no ar. A chave é segunda de concentração. Disciplina. Sim, disciplina para se alcançar o eterno.
O tempo realmente se dilata quanto mais próximo da luz. O instante se afirma dentro de um instante temporal diminuto. Vida procurar explorar essa atmosfera retratando-a com frases nítidas, embora a racionalidade inerente ser mero recurso repressivo. Nada mais é passível de racionalidade.
Planofurado